quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Adaptação do Texto "A Farsa de Inês Pereira" de Gil Vicente

Este é um Trabalho de Português que consiste em adaptar o texto original da "A Farsa de Inês Pereira" de Gil Vicente, e ser encenado. Nesse post contém o roteiro, fotos e vídeos(Making of e Apresentação). Equipe: Aldiane, Ariel Souza, Breno Vianna, Danilo Silva, Filipe Bezerra, Hélio Cássio, Joice Correia, Keylla Wenia, Lorena Santos, Lucas Ayrton, Lucas Vinícius, Maria Juliana, Mariana Freitas, Pedro Mateus, Sidnei Braga, Vitor Silva.



Roteiro da Apresentação


  •  [Ariel] Gil Vicente [agitado]: Impossível! Como podem me chamar de plagiador? Eu, um homem de bem! Deixe estar! Hei de provar que não sou dessa índole! ... espere, aonde esta o mote que Dom João III me deu?? A, está aqui!
  • [Ariel] Gil Vicente [se senta à mesa para pensar]: ora, escreverei um auto a partir deste mote, e calarei a boca daqueles que me difamam! E desta vez será diferente! Irei me desviar um pouco de meu estilo! Continuarei com as críticas, claro, mais este Auto vai ter um algo á mais... Vamos aos personagens... Personagem principal: ... (que fome! Vontade de comer pera...)... Inês Pereira! Mocinho: ... (pera... pereira)... Pero! Pero Marques! Vilãozinho: ...Brás da mata! (escudeiro metido a rico). A mãe de Inês não pode faltar, e para dar um humor..., Dois judeus casamenteiros... Latão e Vidal! (que nomes estranhos... mais vai ser assim mesmo!), e uma alcoviteira (safada...)... Lianor Vaz. [estala os dedos] Vamos Gil, mãos á obra!
        Inês é filha de uma mulher simples. Muito fantasiosa, finge que trabalha em casa. Sua mãe foi à missa. A jovem entra cantando esta cantiga:
        [Juliana]Inês(cantando): Vida de Inês é difícil... É difícil ser Inês...
        [Juliana]Inês (falando): Não quero trabalhar! Meu Jesus! Que sofrimento! Vou ficar aqui, presa a vida inteira? Já estou cansada de ficar nessa mesmice, em que todas as pessoas de minha idade curtem a vida e eu não... Que pena!...
        A mãe chega em casa, e não achando-a trabalhando, diz:
        [Keylla] Mãe: Há! Imaginei! E a tarefa que deixei contigo? Está doente?
        [Juliana] Inês: Oro a Deus que eu saia daqui logo.
        [Keylla] Mãe: O que houve contigo, filha?
        [Juliana] InêsNão quero ficar para titia...
        [Keylla] MãeComo quer um marido, sendo tão preguiçosa?
        [Juliana] Inês: Mas mãe, sou ativa e esperta, e você é lenta
        [Keylla] Mãe: Espera... Não se esqueça que “o tempo de Deus e diferente do tempo dos homens”, virão maridos aos montes e...
        [Juliana] Inês: Não vejo a hora!
        [Keylla] Mãe: lá vem Lianor Vaz...
        Chega Lianor Vaz, se benzendo, e diz:
        [Lorena] Lianor vazMeu Deus! Me livre do pecado!
        [Keylla] Mãe:  o que houve?
        [Lorena] Lianor Vaz: O que farei? Nunca passei tanta vergonha...
        [Keylla] Mãe: Foi algo muito ruim?
        [Lorena] Lianor: Ruim?! Deixe eu lhe contar:
        [Lorena] Lianor: Vinha ali, pelo beco e um frade me abordou do nada! Não pude me defender! Ele me violentou passando a mão debaixo do meu vestido, pois queria saber se eu era homem ou mulher. Se pensas que era jovem, errou! Era já um senhor, forte, fiquei tanto excitada... Digo... Assustada! Quando me recusei a dar o que ele queria, rasgou um pedaço de meu vestido!
        [Keylla] Mãe: o mundo está perdido! Conhecia o frade?
        [Lorena] Lianor: Não... Mas queria conhecê-lo!
        [Keylla] Mãe: meu deus!
        [Lorena] Lianor: Vou me confessar com o Cardeal, tenho que me livrar desse pecado!
        [Keylla] Mãe: deveria ter lhe dado um tapa!
        [Lorena] Lianor: O que? E ser excomungada! Sou uma mulher tão... Religiosa... Tão inocente. Mudando de assunto, tenho um pretendente para Inês!
        [Juliana] Inês: mas, para quando?
        [Lorena] Lianor: Já tenho a resposta!
        [Juliana] Inês: só hei de casar com um homem esperto, mesmo sendo pobre.
        [Lorena] Lianor: Vamos! Leia esta carta que ele lhe mandou!
        Inês lê a carta de Pero.
        [Juliana] Inês: nunca vi rapaz tão desajeitado, tão sem-jeito!
        [Lorena] Lianor: Inês, não seja tão exigente! Casa-te logo, sem pensar!
        [Keylla] Mãe: Mais vale um burro que lhe carregue, do que um cavalo que lhe derrube!
        [Juliana] Inês: Certo! O chame Lianor, quero rir logo!
        Pero começa a procurar a casa de Inês.
        [Danilo]Pero marques: Acho que sua casa é aqui.
        Pero marques chega onde elas estão e diz:
        [Danilo] Pero:  me desculpem pela demora.
        [Keylla] Mãe: Tome esta cadeira.
        [Danilo] Pero: Quanto custa uma dessas?
        [Juliana] Inês (para si mesmo): Meu Deus... Que rapaz ignorante!
         Pero senta-se de costas para as meninas
        [Danilo] Pero: Acho não estou muito bem...
        [Keylla] Mãe: Qual seu nome, meu jovem?
        [Danilo] Pero: Pero Marques, assim como meu pai, que Deus o tenha... Mas herdei maiorgado (fala-se rápido, pra dar confusão)
        [Keylla] Mãe: então é um homem de posses...
        [Danilo] Pero: não... Desculpe-me, falo de gado, senhora. Inês, lhe trago um presente... Uma Pêra! Pois sou Pero e você é pereira!
        [Juliana] Inês (irônica): Que presente...
        Pero vai tirando suas coisas da bolsa
        [Juliana] Inês: onde está as pêras?
        Mãe sai imediatamente
        [Danilo] Pero: Me desculpe! Alguém deve ter comido! Pelo que vejo, sua mãe nos deixou a sós! Preciso ir logo.
        [Juliana] Inês: e você, o que há de fazer
        [Juliana] Inês (para si mesma ): que galante atrevido!
        [Danilo] Pero: Sua mãe volta?
        [Juliana] Inês: sim.
        [Danilo] Pero: tenho que ir, antes que a noite chegue.
        [Juliana] Inês: Que homem insistente! Podes ir embora, não o quero!
        [Danilo] Pero: ...certo, não te perturbareis mais. Só casarei contigo quando quiser...
        [Danilo] Pero (para si mesmo): Assim são as mulheres... Tentamos agrada-las, e elas pisam em nós...
        Pero vai embora e a mãe chega
        [Keylla] Mãe: Pero já se foi?
        [Juliana] Inês: Já foi-se tarde.
        [Keylla] Mãe: não se agradou dele?
        [Juliana] Inês: Que suma de uma vez!
        [Juliana] Inês: Quero um homem que seja galante, que toque viola, mesmo que seja pobre.
        [Keylla] Mãe: e essa viola vai te sustentar?
        [Juliana] Inês: Deixe-me! Cada qual com sua mania! Já mandei os judeus casamenteiros procurarem um pretendente.
        Chegam Latão e Vidal, e latão diz:
        [Sidnei] Latão: Ó de casa!
        [Keylla] Mãe: Quem é?
        [Lucas A.] Vidal: Em nome de Deus! Somos nós!
        [Sidnei] Latão: Não sabe o quanto andamos!
        [Lucas A.] Vidal: até por uma caganeira passamos...
        [Sidnei] Latão: bom, procuramos seu pretendente...
        [Lucas A.] Vidal: E achamos!
        [Sidnei] Latão: Cale-se!
        [Lucas A.] Vidal: Não quer que eu diga!
        [Sidnei] Latão: Deixa-me falar!
        [Lucas A.] Vidal: certo...
        [Sidnei] Latão: Achamos seu...
        [Lucas A.] Vidal: pretendente! Não queria um homem que tocasse viola?
        [Sidnei] Latão: Não Vidal, ela não é louca de escolher marido por seu bom-senso, por seu querer...
        [Lucas A.] Vidal: Posso falar!
        [Sidnei] Latão: Pode...
        [Lucas A.] Vidal: não foi fácil acha-lo...
        [Sidnei] Latão: o procuramos por toda parte...
        [Lucas A.] Vidal: eu falo ou você fala!
        [Juliana] Inês: Meu Deus! Algum de vocês falará! Já estou perdendo os modos!
        [Keylla] Mãe: Olhe a educação que lhe dei Inês!
        [Juliana] Inês: enfim, trouxeram novidades?
        [Lucas A.] Vidal: Seu pertencente, só achamos na corte, e ainda assim tivemos muitas dificuldades.
        [Juliana] Inês: Não conseguiram nada?
        [Lucas A.] Vidal: Tenha paciência! Achamos um escudeiro, que fala muito bem, como fala! E toca violão lindamente! Muito galante o rapaz!
        O escudeiro vem, com seu moço, que segura um violão, e diz, falando com ele mesmo:
        [Lucas V.] Escudeiro: Se esta senhora é assim como os judeus me descreveram, foi feita por anjos! Bela donzela, basta observar se é honesta e formosa.
        [Keylla] Mãe (Para Inês): Se tal escudeiro vier aqui, tens que passar boa impressão. Não falar muito, não rir, não olhar demais, nem se mexer, para que te julguem moça calada, que é soia mais querida!
        [Lucas V.] Escudeiro (para criado): vou ver com qual dama me casarei, fique calado!
        [Vitor] Moço (para si mesmo): Como na frente de um rei! Ai de mim!
        [Lucas V.] Escudeiro: e se eu olhar para ti com estranheza, faça reverência a mim!
        [Vitor] Moço (para si mesmo): Quanta demência!
        [Lucas V.] Escudeiro: e se eu mentir, elogiando-me excessivamente, ou fique quieto, ou vá lá fora para rir, para não estragar meu plano! Por favor!
        [Vitor] Moço: Porém, senhor, com estes calçados, hei de estragar seu plano!
        [Lucas V.] Escudeiro: conseguirei um logo, e mais roupas novas! Prometo!
        [Vitor] Moço (para si mesmo): que homem estranho! Coitada desta moça!
        Chega o escudeiro onde Inês se encontra, e todos lhe fazem as honras, e ele diz:
        [Lucas V.] Escudeiro: Antes que algo fale, Deus lhe salve, linda rosa; bela,graciosa, formosa; és minha metade da laranja, aquela; que admiro e chamo de minha donzela. De nada me muito... Importa; Se... Sem dote... Não tiver se está é a condição. Seria eu, um... Calhorda, de não obedecer... Meu... Pobre coração!
        [Sidnei] Latão: Como fala
        [Lucas A.] Vidal: e a moça só escuta!
        [Sidnei] Latão: acho que este será o marido, pelo que se decorre!
        [Lucas V.] Escudeiro: bem, eu... Moço, o que está fazendo?
        [Vitor] Moço: o que mandas, senhor?
        [Lucas V.] Escudeiro: venha aqui, já!
        [Vitor] Moço: Para quê?
        [Lucas V.] Escudeiro: Ora! Para servir minhas ordens!
        [Vitor] Moço: Ah sim, claro...
        [Vitor] Moço (para si mesmo): o diabo me pregou uma prenda! Deixei de servir a um homem de bem, para servir a um imprudente!
        [Lucas V.] Escudeiro: Fui dispensar um bom rapaz para contratar esse tolo!Moço!
        [Vitor] Moço: Sim, meu senhor
        [Lucas V.] Escudeiro: traga minha viola!
        [Vitor] Moço (ao escudeiro): Aqui meu senhor, já está afinada, não precisa se preocupar!
        [Keylla] Mãe: até imagino, Inês, que entrarás no paraíso!
        [Juliana] Inês: qual o problema?
        Escudeiro toca uma musica romântica.
        [Lucas A.] Vidal: Moça, não deixe esta oportunidade fugir de tuas mãos! Escudeiro, músico, conhecedor das coisas, galante          , ao seu dispor, pronto para te amar
        [Keylla] Mãe: Quero rir, com toda a tristeza, Destes seus casamenteiros, dois sem-vergonha, trambiqueiros.
        [Sidnei] Latão: Senhora, cale-se! Cuidado! Ninguém poderá conter o que for determinado por Deus!
        [Keylla] Mãe: Inês, não seja tola! Quer um escudeiro sem posses?
        [Juliana] Inês: Em nome de todos os Santos! Chega de se meter nos meus assuntos!
        [Lucas V.] Escudeiro: Dê essa mão, minha senhora. É de sua vontade?
        [Juliana] Inês: é sim, não é Mãe?!
        [Lucas V.] Escudeiro: Muito bem! Recebo você, quem olhar além! Em nome de Deus, assim seja! Eu, Brás da Mata, escudeiro, Aceito sua mão, Inês Pereira, Por esposa e por parceira, Como dita a Santa Igreja.
        [Juliana] Inês: Eu aqui, diante de Deus, Inês Pereira, aceito você... Brás da... Mata, certo? Como manda a Santa Igreja.
        Os judeus casamenteiros juntos dizem: Pelo Deus de Abraão, Isaac e Jacó, está cumprido este matrimônio!
        [Lucas A.] Vidal: agora, nos paguem o combinado.
        [Keylla] Mãe: Valha-me Deus! Amanhã! Que desespero!
        [Lucas V.] Escudeiro: Ora! Estou... Casado
        [Juliana] Inês:  arrependeu-se?
        [Lucas V.] Escudeiro: nem me fale, que casar é um cativeiro.
        [Keylla] Mãe: Fica com Deus minha filha! A minha benção já tem. E o senhor, cuide dela como eu sempre fiz!
        A mãe de Inês sai, e fica Inês e o escudeiro. Ao cuidar da casa, Inês canta:
        [Juliana] Inês: Vida de Inês é difícil... É difícil ser Inês... Mas agora, casada...
        O escudeiro, vendo Inês cantando, a repreende bruscamente:
        [Lucas V.] Escudeiro: Você cantou, Inês? Espero que tenha sido a primeira e a última vez! Seu eu a ouvi-la cantar novamente, nem assobiar você conseguirá!
        [Juliana] Inês: Por quê ficaste tão bravo, marido?
        [Lucas V.] Escudeiro: ainda perguntas? Mulher minha tem que ficar calada! Não vai falar com ninguém, não poderás ir a igreja, nem ir a janela. Ficará trancada e isolada nessa casa!
        [Juliana] Inês: Qual foi o meu pecado, marido?
        [Lucas V.] Escudeiro: não há outro jeito se não esse minha querida!
        [Lucas V.] Escudeiro (para o moço): Vou para guerra na África, vou promovido a cavaleiro, cuide para que Inês não saia daqui.
        [Vitor] Moço: E o que hei de comer?
        [Lucas V.] Escudeiro: e o que lhe dei? Não basta?
        [Vitor] Moço:  e depois que acabar o dinheiro?
        [Lucas V.] Escudeiro: Aqui por perto tem umas figueiras, esfomeado, mata tua fome!
        [Vitor] Moço: Ah, sim!
        Sai o escudeiro, e o moço diz a inês:
        [Vitor] Moço: O que ele me ordenou não tenho coragem de fazer.
        [Juliana] Inês: se ele te dá ao menos o que comer, sua praga será cumprir esta tarefa.
        [Vitor] Moço: Eu vou me divertir, e você vai ficar aqui trancada.
        [Ariel] Gil Vicente: Três meses depois...
        [Juliana] Inês: Quem bem tem e mal escolhe, por mais mal que venha, não se encolhe.
        [Juliana] Inês: Fui escolher demais, e deu nisso! Espero que os mouros o matem! Sei hei de ficar solteira, saberei escolher desta vez!
        Chega o moço, com uma carta de Arzila, dizendo:
        [Vitor] Moço: esta carta vem da África, deve ser de meu senhor.
        [Juliana] Inês: me dê essa carta, se for de meu marido, saberei agora.
        Ela lê o que está inscrito no envelope
        [Juliana] Inês: É de meu irmão! Vamos ver o que se explica.
        Inês lê a resto da carta (e para no 4º verso, dizendo:
        [Juliana] Inês: Ora, que é isso?
        Continuou a leitura
        Recebendo a trágica notícia, o moço se espanta e diz:
        [Vitor] Moço: Não! Meu Senhor!
        [Juliana] Inês: Tome esta chave e faça o que quizer de sua vida!
        [Vitor] Moço: Oh! Que triste despedida!
        [Juliana] Inês:  Veja! Se passava por homenzarrão, mentindo para todos. Quero agora um novo rumo: quero marido manso, ingênua, para ser livre!
        Ao ver Lianor vaz, Inês Finge seu choro. Lianor pergunta:
        [Lorena] Lianor: como estás, Inês?
        [Juliana] Inês: Muito triste.
        [Lorena] Lianor: ao menos tivesses engravidado...
        [Juliana] Inês: não tive essa sorte...
        [Lorena] Lianor: Filha, não chores pelo leite derramando, casa-se outra vez!
        [Juliana] Inês: Meu Deus! Estou sozinha! Isso é coisa que se diga, sem-sentido!
        [Lorena] Lianor: Esqueça do passado... Pero Marques parece que herdou boa quantia de dinheiro!
        [Juliana] Inês: Basta! Agora sim! Se herdou ou não, já aprendi a lição! O chame!
        Sai Lianor Vaz atrás de Pero Marques. E Inês fica sozinha, logo dizendo:
        [Juliana] Inês: se é para ser Pero Marques, que seja! Marido bondoso e inocente, que faça minhas vontades. Antes lebre que leão...
        Vem Lianor Vaz juntamente de Pero Marques. Diz Lianor Vaz:
        [Lorena] Lianor: Sem cerimônia, abrace-a  e a faça sua mulher.
        [Danilo] Pero Marques: Estou atrapalho! Só irei abraça-la após se casarmos, caso ela aceite...
        [Juliana] Inês (irônica): sim, aceito...
        [Lorena] Lianor: Ora! Me dê sua mão. Sabe as palavras, não sabe?
        [Danilo] Pero: ensinaram-me, mas... Esqueci! Estou nervoso!
        [Lorena] Lianor: por Deus! Repita o que digo...
        [Danilo] Pero: Bom, você se casa comigo, e eu me caso com você, por Deus. E me decepem as orelhas, caso negue algo a você!
        [Lorena] Lianor: já vou, Fique com Deus.
        E sai Lianor Vaz. Diz Inês Pereira:
        [Juliana] Inês: Marido, vou sair.
        [Danilo] Pero: sim, vá se divertir, acho que também irei.
        [Juliana] Inês: Escutes marido, irei para onde EU quiser, certo?
        [Danilo] Pero: Mais é claro! Vá onde quiser, volte quando quiser... Com o que me preocuparei?
        Vem um Ermitão pedindo esmola. Vem a dizer:
        [Breno] Ermitão: Senhores, por caridade, dê uma esmola a um pobre e por amor ferido, Ermitão de Cupido, desde sempre só! Os que vão bem de amores dão esmola àquele sem esperança, que habita a escuridão com suas dores, e rezarei com grande devoção e fé, que Deus os livre do engano; Pois, por isso sou o Ermitão, E por todo o sempre eu serei. Pois você, que sabe quem é, sabe do meu triste sonho.
        [Juliana] Inês: Escuta marido, por caridade, deixe-me dar esmola á um ermitão!
        [Danilo] Pero: Pode ir mulher, não tenho nada a fazer lá.
        [Juliana] Inês: tome esta... Esmola, por caridade.
        [Breno] Ermitão: Seja pelo amor de mim, sua boa caridade tenha graças, minha bela senhora, sua esmola mata o pecado; Deve saber, senhora, o que me fez fazer, tornei-me um Ermitão, faltando pedaços do coração, com o que você deixou de dizer.
        [Juliana] Inês: Meu Deus, é você! Aquele que um dia foi meu namorado, que me mandou uma florzinha, quando era pequenina!
        [Breno] Ermitão: Tanto quis teu bem, bela donzela, e comigo, nada quisestes, porém, ainda lhe amo!
        [Juliana] Inês: Eu o entendo! Não se aborreças que irei lhe fazer uma... Visita.
        [Breno] Ermitão: E quando será isso?
        [Juliana] Inês: não muito tarde, agora vá!
        [Juliana] Inês (para si mesma): Aquele ermitão... É um anjinho!
        [Danilo] Pero: Como és bondosa, minha esposa!
        [Juliana] Inês: Sabe o que desejo marido?
        [Danilo] Pero: O que?
        [Juliana] Inês: Que fossemos andando até o templo onde encontra-se o Ermitão!
        [Danilo] Pero: Claro, não vejo empecilho!
        [Juliana] Inês: Muito bem, passemos primeiro pelo rio. Tire seus sapatos.
        [Danilo] Pero: como?
        [Juliana] Inês: Vai me carregar nas costas, para não sentir a água fria em meus pés!
        Pero coloca Inês em suas costas, que diz:
        [Danilo] Pero: Estás confortada?
        [Juliana] Inês: como se estivesse no Paraíso! Olhe! Que lindas pedras! Carregue para mim marido?
        [Danilo] Pero: como quiser.
        [Juliana] Inês: Vamos cantar?
        [Danilo] Pero: mas não sei...
        [Juliana] Inês: não tem problema! Eu canto e você apenas repete: “Pois assim acontecem as coisas.”
        [Danilo] Pero: Como quiser!
        Canta Inês Pereira:
        [Juliana] Inês: Marido como um búfalo me carrega, com mais dois pedaços de pedra.
        [Danilo] Pero: Pois assim devem ser as coisas.
        [Juliana] Inês: Sempre soube você, meu marido, eu o amo como sois; Sempre fostes a mim preparado a pertencer como um lote de bois.  
        [Danilo] Pero: Pois assim acontecem as coisas.
        [Juliana] Inês: Bem sabe você, meu marido, quanto eu a ti... Quero; Sempre foi percebido, a ser um manso e chifrudo cervo. Além disso, tornou-se o burro que me carrega. Levando a mim e dois pedaços de pedra.
        [Danilo] Pero: Pois assim acontecem as coisas.
        [Ariel] Gil Vicente: e assim termina esse auto. Com mote “Mas vale um burro que me carregue do que um cavalo que me derrube”. P-E-R-F-E-I-T-O, já é meia noite e meia escrevi durante a noite toda, mas escrever vale a pena. Ahh [beijando o livro] Boa noite.

Fotos:






Making Of:




8 comentários:

  1. Olá, gostaria de estar apresentando essa peça com o roteiro de vocês... Teria como você me mandar o que estava escrito na carta que Pero envia para Ines?

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  2. Ola boa tarde, seria possivel conseguir a carta que a Ines recebeu do marido... e a carta que ela recebeu antes de Pero?

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  3. tammbem vou fazer essa peça pfv me mandem a carta

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Olá boa tarde, seria possível conseguir a carta que Inês recebeu do marido... e a carta que ela recebeu antes de Pero?

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  6. Também vou apresentar essa peça e preciso da carta que Pero manda para Inês pode pfv me mandar?

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  7. Podem falar oq tava escrito na carta de Pero?

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